terça-feira, novembro 29, 2005

AINDA A ENTREVISTA DE MARCELO NUNO...


(...)

DB - E em relação aos pagamentos? Confirma que Coimbra não foge à regra?
MN - Isso é público, toda a gente sabe que a Câmara de Coimbra não foge muito à regra do panorama nacional. Porque as câmaras não têm dinheiro, porque é difícil fazer o planeamento de uma casa com esta dimensão, porque se investiu muito e se teve que atrasar nos pagamentos, porque se alargou muito a capacidade de serviço e se gastou mais dinheiro em estrutura. Tudo isto afecta negativamente a capacidade de pagar. O que nós estamos a fazer neste momento é um exercício de grande rigor e de transparência. Todos os anos os orçamentos são feitos pelos serviços e o orçamento é, sempre cerca de duas vezes aquilo que caba por ser executado.
DB - Porque é que tem que ser assim?
MN - Deixe–me dar–lhe um exemplo: fazemos um orçamento de 164 milhões de euros, que foi o do ano passado, e depois vamos executar para aí 80 a 90 milhões, 100 milhões, quando muito. Depois, quando o dinheiro não chega, das duas uma: ou se corta de forma cega sem haver prioridades, ou se aumenta a dívida. São duas coisas que não podem voltar a acontecer. Portanto, o que se exige a cada um dos responsáveis é que saiba hierarquizar prioridades porque esta é a capacidade mais elementar que qualquer dirigente deve ter. Depois vai pôr em prática essas prioridades conforme os recursos de que dispõe. Se lhe sobrarem recursos, põe em prática a prioridade seguinte, se lhe faltarem já sabe até onde é que pôde ir. Por outro lado, o recurso à dívida não é mais possível. E não o é porque há restrições do ponto de vista orçamental e porque há regras que temos que cumprir no âmbito das limitações que o Estado nos impõe. Temos que encontrar outras formas de, contendo–nos nos limites que a lei estipula, cumprir, diminuindo os prazos de pagamento e, consequentemente, diminuindo a dívida. É esse, obviamente, um dos objectivos que temos para o próximo orçamento, que queremos que seja rigoroso e transparente e que corresponda quase a 100 por cento àquilo que vai ser executado pelas razões que já referi.
Ainda no que diz respeito aos atrasos, convém sublinhar que, muitas vezes, é difícil gerir as prioridades em termos financeiros, porque a capacidade de pagar e definir pagamentos estava dispersa por diversos serviços e departamentos. Nós tínhamos aqui propostas que diziam pague–se à instituição X o montante Y e ainda com as datas e os referidos montantes a pagar, o que inviabiliza qualquer planeamento financeiro da nossa parte. Isso tem que acabar. Os serviços podem definir o que é que dão às diversas instituições dentro do volume que lhes foi estipulado. Quanto à forma de pagamento, quanto muito, poderão dizer porque é que é prioritário e porque é que tem que ser em determinado período, mas não decidem como é que se faz. Quem faz esse planeamento somos nós e seguramente passaremos a ter maior rigor e maior controlo no que diz respeito à organização e à gestão financeira.
Peço desculpa ó Dr. Marcelo, se mal lhe pergunte, o senhor pode ter chegado agora à CMC, mas o seu partido já cá está há 4 anos. Os serviços fazem o que lhes mandam fazer. Certo ? Sabe quantas reentruturações orgânicas a maioria de direita fez num só mandato ? DUAS. Para quê se o caro vereador acha que está tanto por fazer ?

1 comentário:

Anónimo disse...

TCN TCN TCN TCN TCN
RELIGIÃO RELIGIÃO DIZIMA DIZIMA QUE ÉS TÃO LINDA!