segunda-feira, março 26, 2007

CARTA ABERTA DE JOÃO SILVA A VICTOR BAPTISTA

O DR. VICTOR BATISTA EXISTE
O Dr. Victor Baptista – grafia anterior a 2005 – deu uma extensa entrevista onde, no meio de confusões, enganos e muita falta de informação, refere vários Joãos Silvas e um João Silva em concreto, o que me obriga, em nome deste último, a algumas despretensiosas observações.

Trata-se de uma entrevista que, não surpreendendo pelas confusões surpreende pelas acusações, revela dum dirigente angustiado, enganado e impotente perante os problemas. Não é, obviamente, a entrevista de um líder político capaz de influenciar decisivamente os acontecimentos mas de alguém amargurado que procura nos outros as causas para as suas incapacidades.

É dirigente distrital do partido no governo mas mostra-se totalmente ultrapassado e desinformado sobre objectivos e intenções do Governo para o Distrito; é Deputado pelo círculo eleitoral de Coimbra mas não tem qualquer mensagem nem perspectiva estratégica segura para o desenvolvimento do Distrito; é Vereador na Câmara e tem como referência máxima das suas preocupações o “caso do amigo Tavares de Almeida”.

Aliás sendo Vereador, que se esperaria da oposição, nunca ataca o Presidente da Câmara mas sim os seus camaradas, alguns dos quais andaram anos a trabalhar dura e silenciosamente para acabar com o caos financeiro em que deixou a Câmara de Coimbra onde era Director Financeiro.

Tem, contudo, um momento grande na entrevista quando revela que o Governo atrasou por quinze dias a nomeação dos Governadores Civis por sua causa e na expectativa de conhecer uma sondagem sobre a sua candidatura à Câmara.

Teve assim, naquela altura, o País e o Governo aos seus pés e na sua dependência, o que espero não seja desmentido. Claro que, no fundo, também acabou por dizer que a nomeação do Dr. Henrique Fernandes para Governador Civil foi uma segunda escolha, que só aconteceu graças a uma sondagem, que afinal até se veio a revelar profundamente errada.

Aliás com o Dr. Victor Baptista, que num acto de enorme coerência e de genial marketing político até a grafia do seu nome alterou na campanha eleitoral, as opções políticas do PS em Coimbra passaram a ser determinadas pura e simplesmente por sondagens.

Quem não se lembra que a capacidade de reflexão e de discernimento político no PS foi, com o Dr. Victor Baptista, trocada pela realização de sondagens e quem não se lembra das confusões geradas nas candidaturas a importantes Câmaras do Distrito graças a esta superior metodologia política.

Quanto à sua candidatura à presidência da Câmara quero lembrar o documento que li na altura, na reunião da CPC do PS de 15 de Abril de 2005, concretamente o seguinte:

“E sobre a proposta de indigitação do camarada Vítor Baptista a candidato à Câmara, o que dizer?

É uma candidatura em que obviamente não me revejo, sobretudo porque não a acredito capaz de uma vitória. Mais do que sondagens, meus camaradas, avaliem o sentir da cidade! Eu não estou contra o Victor. Estou a favor do PS. Contra o Victor estão aqueles, esses sim, que se calam ou aplaudem a sua candidatura mas que por trás a criticam e põem em causa.

Desejo, contudo, sinceramente, enquanto socialista que sempre deu a cara pelo seu partido, que o candidato do PS seja vencedor e que o PS volte a ser poder em Coimbra, por mérito próprio e por mérito do seu projecto para o Concelho, mas não me peçam que venha aqui colaborar com uma mentira e dizer que sim àquilo em que não acredito, em nome do PS.”

O que é dramático é que o Dr. Victor Baptista ainda não tenha percebido o que se passou nas últimas eleições autárquicas e não tenha entendido que os votos que teve foram votos no PS, apesar do candidato Vítor Batista.

Sei que fui afastado das listas do PS, pelo Dr. Victor Baptista, pela minha frontalidade e lealdade para com o partido, assim como também percebi que fui afastado por ser oposição coerente e persistente à maioria de direita na Câmara e à CDU que com ela vive conluiada.

Hoje, como é publicamente sabido, muito da vida política de Coimbra e a escolha de candidatos assenta em amizades pessoais e em estratégias de grupos pluri-partidários, que se entretêm em efabulações, boatos e suspeições, em tertúlias de café.

É por isso que o PS tem quatro vereadores: o Dr. Victor Baptista, o principal dirigente distrital do PS que é permanentemente menorizado pelo Presidente da Câmara, acompanhado por três independentes, um dos quais com funções executivas.

Com todo o respeito pelos independentes, será que esta não é a imagem de um partido sem quadros, sem competências e sem estratégia? Mas esta situação foi criada pelo Dr. Victor Baptista e não por mim.

Mas vejamos tudo isto com abertura de espírito e tenhamos em conta que a referida entrevista é um verdadeiro momento Zen em que o Dr. Victor Baptista prova que existe e deixa crer que daqui para a frente vai não só fazer mais e melhor oposição na Câmara como também apresentar criativas e judiciosas propostas para Coimbra.

Por fim. Claro que os anúncios sobre futuras candidaturas do Dr. Victor Baptista, tal como os do Dr. Carlos Encarnação, têm o valor que têm.

Coimbra, 23 de Março de 2007

João Silva

11 comentários:

Anónimo disse...

Boa Camarada.

A verdade ás vezes custa mas alguem tem que dizê-la.

Anónimo disse...

Não serão pérolas a porcos?

Anónimo disse...

É pena caro João que o meu Amigo não seja mais conhecido. Daria um excelente candidato a Presidente da Câmara Municipal. Honraria o PS e a cidade.

Anónimo disse...

que cada um de nós seja o mensageiro

Anónimo disse...

é mais necessário que seja sério do que conhecido.

Aliás dos outros até se conhece bem demais e dai qual a vantagem.

Anónimo disse...

É amigo mas se não for conhecido ninguém olha +ara ele comoe scolha.

Anónimo disse...

Simplesmente admiravel. Obrigada Camarada joao silva é dos poucos que ainda me faz ser militante.

Anónimo disse...

Acho muito revelador o facto deste artigo não ser mais comentado. Será porque a verdade doí como o caraças!?

Anónimo disse...

Lei de Murphy

Se algo correr mal, correrá mal em triplicado

Anónimo disse...

Lei da dualidade de DUDE

consideradas duas hipótses acontecerá a mais indesejável.

Anónimo disse...

Para se ser c andidato no PS não basta dizer que se quer.
1. Tem de ter a confiança dos militantes
2. Trm que dizer claramente o que vai fazer numa Câmara endividada e sem qualquer hipótese de recuperação
3. Tem de dizer o pensa sobre Urbanismo, a menos que já tenha dado provas negaticva
4. Precisa de ter a anuência dos órgãos naciionais (vidé candidaturas em capitais Distritais)
5. Falar mal mal é o mais fácil, dizer o que se pensa sobre determinados assuntos, é preciso ter ideias.
Finalmente os (as) pré-c andidatos (as), não podem esquivar-se ao debate interno, sob pena de grave cobardia política.
Sempre foi assim e será no Partido Socialista. Não será um "grupelho" que irá mudar as regras de jogo.

Quanto a andarem a falar nos jornais uns contra os outros e o JS a escrever ao Secretário-Geral, sem dizer de viva voz nos órgãos para os quais está eleito, além de não demonstrar espítito democrático, parece-me que deu um tiro no pé-