segunda-feira, março 19, 2007

PAULO PORTAS COMEÇA MAL O SEU REGRESSO À VIDA POLÍTICA


CDS: Conselho Nacional convoca congresso apesar da vitória das directas

A mesa do Conselho Nacional do CDS-PP decidiu convocar um congresso extraordinário, com base no requerimento apresentado pela distrital de Leiria que reuniu as mil assinaturas necessárias ao agendamento da reunião magna. A decisão foi tomada já depois dos conselheiros terem aprovado a realização de directas para a eleição do presidente do partido.
A direcção do CDS entendeu que, apesar da vitória da posição de Paulo Portas, o requerimento tem precedência sobre a decisão tomada na reunião de hoje.
A decisão enfureceu os apoiantes de Paulo Portas, levando a que presidente do Conselho Nacional, Maria José Nogueira Pinto, tenha abandonado a sala onde decorreu a reunião entre ameaças e insultos. Em declarações aos jornalistas, a responsável admitiu mesmo que poderá sair do partido por não se rever na atitude dos congressistas. "A imagem do CDS está muito prejudicada. Eu própria tenho dúvidas se me vou manter neste partido", disse, salientando que "uma sociedade democrática tem de ter regras".
A polémica estalou depois de anunciados os resultados dos requerimentos apresentados quer pela direcção (propondo a realização de um congresso estatutário) quer pelos apoiantes de Portas. Este documento propunha três alternativas para a saída da actual crise – realização de um congresso electivo, de um congresso estatutário ou de eleições directas – e foi esta última solução a preferida dos conselheiros, obtendo 65,3 por cento.No entanto, Maria José Nogueira Pinto entendeu que as directas só podem decorrer depois da realização de um congresso.
"Não é uma decisão minha. Nos termos dos estatutos, perante um requerimento com mais de mil assinaturas, eu só tenho de convocar um Conselho Nacional que aprove os regulamentos do congresso", explicou.
Maria José Nogueira Pinto justificou a manutenção da reunião de hoje – que tinha na ordem de trabalhos quer a marcação de um congresso, quer a discussão de directas – com uma cláusula contida no requerimento de Leiria.
A cláusula previa a suspensão da iniciativa dos militantes apenas se o Conselho Nacional aprovasse regularmente um congresso.Segundo Maria José Nogueira Pinto, esta cláusula não se verificou e, portanto, tornou-se necessário convocar o congresso pedido pelos militantes de Leiria. "Eu sou uma mulher sem medo, a minha obrigação era convocar um congresso", disse.

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