quinta-feira, março 29, 2007

Na Federação do PS não existe força nem vontade para lutar por Coimbra

Arredado da vida política há uma década, Fernando Pereira da Silva volta à ribalta para analisar a actual situação política na cidade e na Federação de Coimbra do PS. Considerando que não existe oposição por parte dos vereadores, mas sim da bancada do PS na Assembleia Municipal, e que a Federação não tem vontade de lutar por Coimbra, Pereira da Silva exorta Fausto Correia a rapidamente “pôr alguma ordem naquilo que ajudou a desordenar”.

Campeão das Províncias (CP) – O presidente da Federação de Coimbra do PS deu recentemente uma entrevista ao diário As Beiras em que o acusa de ter estado presente num jantar de apoio ao dr. Carlos Encarnação, apesar de ser militante socialista. Como é que reagiu?


Pereira da Silva (PS) – Fiquei estarrecido com a importância que ele me deu. Saí da Câmara de Coimbra há 11 anos, deixei de ter uma militância activa, embora seja militante das Novas Fronteiras, tenha apoiado o Governo de António Guterres e apoie o de José Sócrates, mas nunca mais concorri a nenhum cargo nem dei qualquer entrevista onde dissesse algo sobra a Federação. E, de facto, há três ou quatro meses atrás tinham-me dito que o senhor presidente da Federação tinha uma fixação em mim. Na altura achei estranho, mas agora confirmei que é verdadeira. No mesmo dia em que li a entrevista liguei a um amigo meu, o dr. José Alberto Pereira Coelho, pensando que ainda era presidente de uma casa de repouso do concelho muito conceituada, porque a entrevista denotava cansaço e algo mais que merece a nossa atenção enquanto camaradas do senhor presidente da Federação. A entrevista, toda ela e não só a parte que me diz respeito, é um caso que deve ser ponderado pelos militantes do PS e tratado noutro foro que não o político. Nada tem a ver com política. Tem a ver com problemas marginais que eu não consigo entender porquanto sou licenciado em Engenharia civil.

CP – Sendo pública a sua presença nesse jantar, votou no PSD para a Câmara?

PS – Não votei no PSD para a Câmara. E apesar de o voto ser secreto, posso afirmar que votei nos candidatos do PS para a Assembleia Municipal e para a Assembleia da minha freguesia.

CP – Isso denota, da sua parte, uma impossibilidade em votar no dr. Victor Baptista para presidente da Câmara em 2005?

PS – É muito simples. Não o considerei candidato à altura para a cidade onde nasci e de que gosto muito. Na Federação do partido não existe, actualmente, força nem vontade para tomar as atitudes necessárias contra novas investidas feitas sobre a cidade. Também enquanto governador civil [Victor Baptista] não teve comportamento, quanto a mim, que merecesse destaque ou concordância. Estas razões levaram-me a ser crítico bastante quanto ao facto de ele poder vir a ser presidente da Câmara de Coimbra. E hoje, depois de ter lido a entrevista, posso dizer que, afinal, tive razão. Porque o actual presidente da Federação de Coimbra do PS vendeu Coimbra em Lisboa. Ele próprio afirma que aceitou a saída de direcções regionais da cidade. Qual foi o prato de lentilhas que lhe deram para ele aceitar tal coisa? Uma atitude destas é indecente. Eu não sou incondicional de ninguém, mas sou incondicional da terra que me viu nascer. Tenho a consciência tranquila por não ter votado no candidato do PS que, de facto, não merecia ser presidente da Câmara de Coimbra.

CP – E o senhor engenheiro, que é que vai fazer?

PS – Eu fundamentalmente sou um homem da iniciativa privada e que, de vez em quando, está no sector público. Neste momento estou com alguns projectos em Coimbra, meus e de outros investidores, espero que possam vir a público dentro de poucos meses. Simultaneamente, fui desafiado para dois projectos na zona de Lisboa, um na área do lazer e outro na da logística, aos quais me vou dedicar. Devo estar parte da semana fora de Coimbra. E, nessa altura, irei promover um churrasco com o dr. Rui Namorado, com a dr.ª Arménia Coimbra, com o dr. João Silva, e com todos os outros que quiserem participar, a fim de analisarmos as condições para apoiarmos a juventude no renascimento do Partido Socialista de Coimbra.

8 comentários:

Anónimo disse...

Quem é o senhor da entrevista? Que fez ele por Coimbra?

Anónimo disse...

Se esta conversa viesse de alguém com peso moral e político valia a pena ler. Assim, vindo de quem vem, não vale a tinta gasta...

Anónimo disse...

e cum kamandrú

Anónimo disse...

Club de Coimbra tráz A. Martins a Coimbra, grande debate.

Anónimo disse...

...há eleições que nunca se esqueçem, por mais tempo que passe.

Anónimo disse...

digamos que estamos no "interregno"
agora vamos re-fundar

Anónimo disse...

Será que a Drª Arménia e o Dr Rui aceitam a companhia deste "artista" para um churrasco? Não acredito.

Anónimo disse...

Que moralidade tem esta personagem? Uma pessoa que sempre viveu a vida à custa de tachos!!!