POUPEM-NOS!

A data das eleições autárquicas está cada vez mais próxima.

Por isso aumentam os jantares, as contra informações, os escândalos, o “diz que disse”, os cartazes, os panfletos e tantos outros meios para explicar o que já ninguém acredita.

Já ninguém acredita nas propostas eleitorais. Nem nas promessas, nem nos compromissos, nem no pedido de confiança que candidatos ainda têm a ousadia de solicitarem aos eleitores. Muito menos nas promessas de arranjarem empregos a eleitores desconhecidos.

No entanto, os candidatos juntam à volta de si um grupo de pessoas que fazem o apoio. Está claro que o número desses apoiantes é maior na proporção da possibilidade de vitória.

Então o que motivará esses apoiantes?

Se já vimos que não acreditam, o que motivará essas pessoas a irem a jantares de apoio aos candidatos, a juntarem-se às campanhas e a ouvirem enormes discursos que mais parecem textos copiados da “Conversa da Treta”?

O que me parece, e não sigo os métodos académicos de citar um ou vários autores de renome porque ainda sei assumir as minhas asneiras ou as minhas sapiências, é que há vários tipos de motivação.

Temos os que:
-pensam que este candidato é o menos mau, por isso deve lá estar em vez do outro;
-devem apoiar o seu partido em qualquer circunstância;
-querem que ganhe o seu candidato para terem mais benesses, se necessitarem;
-sabem que vão ter um tachito;
-vão ter um lugar ao sol (é mais que tacho);
-e finalmente os que apoiam o candidato por razões demasiado escuras e pantanosas.
Pois não interessa saber qual a minha ou a sua razão de apoiar um determinado político. Ou se se abstêm de participar na campanha.

O que é certo. O que é mesmo certo, é que os candidatos à CMC (e em boa verdade todos os políticos) podiam poupar na maior parte dos panfletos que enfiam nas nossas caixas de correio e entregar esse dinheiro para o benefício social.

Afinal as motivações e os apoios já estão criadas. Não necessitamos de mais patranhadas.

Por favor poupem-nos às tretas das promessas. A malta promete que vota em A ou B ou C e não é pelos vossos discursos ou ideias fracas. Cada um de nós já tem a sua motivação.