segunda-feira, agosto 29, 2005

ESTE BLOG É DEMOCRÁTICO (Q.E.D.)

Pesei bem a hipótese de colocar este post.

Acho que não é fácil rebater um texto tão bem escrito.
O texto do companheiro Politicae, está escrito de uma maneira que tenho que me socorrer de Eça de Queirós (o que não é descabido fazê-lo dada a imagem do Parlamento do sec. XIX no topo deste blog) para o elogiar. Diria o nosso compatriota, que o companheiro possui uma «verve fumegante» num elogio que fez a Ramalho Ortigão numa das suas crónicas.
Assim estou eu, ainda a inalar a sua fumegante verve.
Mas já acordado o suficiente para discordar da ideia implícita e explicita do escrito.

Insisto na expressão ‘mau Governo’!
E apesar de saber que tem a opinião que é de “mau tom” avaliar agora o governo eu o farei.
Não será o pouco tempo de governo que me vai impedir, muito menos a péssima situação que o eng. José Sócrates encontrou que me fará parar.
Tenho-me como pessoa sensata e só ataco quando a coisa já passou muito o razoável.

Depois de uma campanha de propaganda muito optimista (exageradamente optimista apesar das cautelas lançadas pelos anteriores governos).

José Sócrates prometia, implicitamente, que iria utilizar muita criatividade para resolver os problemas sem sacrificar mais os contribuintes.
Mas só deu desilusões.
Começou logo no seu discurso de vitória, no final do dia das eleições. A arrogância a vir ao cimo e um discurso a lembrar outros políticos das épocas negras da democracia, ou da falta dela, adivinhavam outras desgraças.
Nos seus poucos 5 meses de Governo tomou logo como primeira medida aumentar o IVA. Para além de não cumprir a promessa de que não ia aumentar os impostos, veio, esta medida, na pior das alturas.

Pois a economia do país ainda não tinha saído do medo em investir, e já estava a ser martirizado com o aumento do imposto mais injusto – o IVA. Injusto por que não descrimina positivamente o contribuinte e arrasa quem quer apenas sobreviver.


Sei que pareço exagerado no tom, mas infelizmente até estou a ser bem comedido nas palavras.
Pois não ouvimos e lemos que as famílias portuguesas estão cada vez mais endividadas?
Mas para além destas tristes e negras noticias, contou-me um amigo, que é gerente num banco da baixa conimbricense, que nunca tinha visto tanta gente a pedir dinheiro para pagar a luz ou para comprar comida. Contou-me algumas histórias (protegendo as identificações) de pessoas, a maioria reformados, a chorarem para que lhes cedessem um empréstimo para sobreviverem.
Contou-me esse amigo que nunca tinha visto tanta desgraça em 30 anos de trabalho no banco.
Isto não é pouca coisa! Nem pode ser visto sob o olhar frio de analista político.

Hoje em dia, são as pessoas que se submetem às directrizes da economia e não a economia a encontrar soluções para as pessoas.

Apesar de partilhar a opinião do companheiro Politicae que não devemos premiar a irresponsabilidade de cidadania, também acho que o exemplo tem que vir de cima.
Mas qual é o exemplo que vem do Estado?

Lembro a imoralidade do ex ministro Campos e Cunha quando acumulou a sua pensão (por seis anos de serviço...) com o salário de ministro. E mais imoral foi a demagogia da supressão das reformas antecipadas a partir dos 55 anos no sector privado quando o ex ministro das Finanças recebe uma de 112 mil euros desde os 49 anos... E não venham com a importância da função e competência técnica, pois o Chairman da Reserva Federal (o banco central dos EUA) Alan Greenspan recebe 180 mil dólares por ano (cerca de 146 mil euros) de salário.
Comparamos o estado da economia dos EUA com a portuguesa?

Outra imoralidade, foram as nomeações de Sócrates que excederam as de Santana Lopes (que ainda assim não foram pequenas). Mas fico-me por aqui, neste tipo de critica.

Infelizmente, o eng. Sócrates não me surpreendeu.

A fórmula é por demais conhecida “ se falta dinheiro no Estado, aumenta-se os impostos. Se, ainda assim, não é suficiente para pagar a vassalagem à Europa nem dá para as mordomias dos pseudo políticos cortam-se as verbas para os ministérios.”

Meus amigos, há tantos livros apontando medidas concretas para salvar o país sem provocar esta sangria dos contribuintes. Mas ninguém quer tomar medidas para salvar Portugal.
Vejam o que acontece com os incêndios, todos os anos acontece esta catástrofe. Todos anos assistimos à pseudo impotência dos responsáveis. Todos os anos lemos as criticas, todos os anos encolhemos os ombros porque todos sabemos que medidas deveriam ser tomadas. Mas todos os anos sabemos que nada acontece.

Não é só!

Vejam a indignação deste nosso outro “bloguista”:

«Li, e não sei o que dizer. Ainda estou a reflectir, entretanto deixo aqui a pergunta para que pensemos juntos. Bem ou mal? também ainda não sei."Há três cientistas portugueses na lista dos 250 mais influentes investigadores em mais de 20 áreas das ciências entre 1901 e 2002, indica um relatório da norte-americana Thomson ESI."Até aqui tudo optimo. Brilhante sem duvida, e a destacar. Agora vejam:1. Este licenciado em Medicina e doutorado em Microbiologia é também director de investigação de primeira classe do Centro Nacional de Investigação Científica, em Paris.2. Outro dos cientistas citados é António Damásio, considerado como o mais influente investigador português da actualidade, tem obra feita na área da neurociência, o que já lhe tem valido diversos prémios internacionais. O autor de «O Erro de Descartes», que se naturalizou norte-americano, é doutorado em Medicina e dirige o departamento de neurologia e o Centro de Investigação da doença de Alzheimer da Universidade do Iowa.3. Carlos Duarte, que se naturalizou espanhol e trabalha no Instituto Mediterrânico de Estudos Avançados da Universidade das Ilhas Baleares nas áreas da Biologia e Botânica, é o outro investigador de origem portuguesa referido no documento da Thomson ESI.O QUE É ISTO ?????????? Alguém me explica...»
In http://portugalnomundo.blogspot.com/

Claro que não vamos colocar todas as culpas em Sócrates. Mas com tanto optimismo na sua campanha eleitoral confiaram, os eleitores, na sua criatividade para resolver as questões nacionais.

Que frustração!

Ainda continua a ser de” mau tom” achar que este é um mau Governo?

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem fala assim não é gago!!!
É mais do que óbvio que o Governo do Sócrates é, pura e simplesmente, mais do mesmo.
Este país está a precisar é de um novo 25 de Abril. Mas de um 25 de Abril a sério. Ou então, meus caros, é fazer como o Egas Moniz: colocar uma corda à volta do pescoço, ir ter com o Zapatero e dizer que não temos capacidade para governar esta merda.

Anónimo disse...

se é mais do mesmo o que não dizer da oposição, que num regime democrática, é a alternância, com um lider laranja, Marques Mendes, a ser bombardeado diariamente pelos seus e sem uma única ideia para combater este tão "mau"governo