HABEMUS ALTO COMISSÁRIO: ANTÓNIO GUTERRES

António Guterres acabou por ser escolhido numa short list de 3 nomes. Nomes fortes, com grande curriculum pessoal e profissional. Guterres consegue assim dar a resposta merecida a um povo tradicionalmente invejoso e que, por regra, não sabe reconhecer as grandes figuras que tem no desempenho de funções públicas.
É verdade que Guterres cometeu erros. Sim. É igualmente verdade que Guterres tinha um problema complicado nas tomadas de decisão, mas o essencial é sabermos reconhecer orguhosamente que Portugal tem grandes personalidades da política que nos enchem de brio e de orgulho português.
Guterres, é indiscutível, é um grande senhor na política e ninguém ainda foi capaz de perceber as diferenças entre o seu abandono da vida política em 2001 e o abandono de Durão Barroso em 2004. Também já ninguém se recorda que Guterres foi convidado para presidir à Comissão Europeia em 2000 e recusou, afirmando, à época, ter um compromisso com os portugueses. Como também ninguém diz que antes de ser escohido Durão Barroso fora escolhido o Primeiro- Ministro do Norte da Europa que recusou por ter um compromisso com o seu povo. Só Barroso pensou primeiro em si, depois em si e finalmente em si.
Guterres foi embora para dar a palavra aos portugueses. Foi embora agastado com uma classe política, da qual, claro, fazia parte, mas com a qual não se identificava. Foi embora para permitir ao país mudar se essa fosse a sua vontade. E tinha razão na sua análise. O povo queria mesmo mudar.
Barroso, ao contrário, governou apenas 3 anos e mal teve uma oportunidade para ir embora, ao perceber a invogernabilidade do país e a sua incapacidade para tomar decisões difíceis e inteligentes, fugiu para se governar a si próprio, longe da confusão e da politiquice daquela classe política que fez, igualmente, com que Guterres saisse.
Sinais dos tempos: a comunidade política internacional é capaz de reconhecer as grandes figuras da política portuguesa, mas Portugal não é.