Câmara atípica
Escrito por Rui Avelar
21-Mar-2007
A vereação da Câmara de Coimbra, com dois anos e meio de mandato pela frente, é, frequentemente, uma entidade política atípica.
O anterior vice-presidente, Horácio Pina Prata (PSD), desempenha, várias vezes, o papel de consciência crítica geralmente reservado às oposições, Gouveia Monteiro (CDU) é vereador em dedicação exclusiva, tutelando o importante pelouro da Habitação, Álvaro Seco (que foi candidato a vice-presidente pelo PS) responde pela Protecção Civil, estando sujeito a enorme exposição quando as coisas dão para o torto, e o verdadeiro quebra-cabeças do presidente da edilidade, Carlos Encarnação, é o ex-autarca João Silva (PS).
Carlos Encarnação não perde oportunidades para tentar ridicularizar a intervenção cívica que João Silva exerce mediante a publicação de artigos de opinião em jornais. E embora isso agrade ao vereador e líder distrital do PS/Coimbra, Victor Baptista, tem o senão de pôr em evidência que a batuta da oposição é empunhada pelo antigo vereador e ex-membro da Assembleia Municipal.
Constituído arguido há um ano, Luís Vilar suspendeu então o mandato ao abrigo de um “inadiável imperativo de consciência, em ordem a garantir a transparência e a absoluta honorabilidade às funções e ao respectivo desempenho”.
Apesar de a respectiva situação processual se manter inalterada (tanto poderá ser acusado como o inquérito em cujo âmbito foi constituído arguido poderá ser arquivado), o líder concelhio do PS/Coimbra volta à vereação em virtude de uma suspensão de mandato superior a um ano implicar a perda do mesmo.
Victor Baptista, que tem entrado mudo e saído calado quando se discute o caso da construção da moradia do empresário Tavares de Almeida, promete voltar a intervir. E talvez Luís Vilar já esteja na vereação quando a Câmara deliberar sobre a manutenção da isenção de imposto municipal sobre imóveis concedida à Bragaparques. :-)
quinta-feira, março 22, 2007
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6 comentários:
Bem observado.
quanto ao resto J.S. é de facto um oásis neste deserto opositor.
"Os ridículos" poderia ser o título de uma fotografia do executivo municipal.
Mas esse Baptista ainda não +percebeu que depois da gaffe do SOL não vai já para o Parlamento Europeu?
Como membro da Concelhia do PS entendo que é uma vergonha alguns militantes faltarem aos órgãos para que foram eleitos, para depois tentar na comunicação social o que não conseguem internamente. Mas cada um é como é e os militantes na altura certa saberão julgar os candidatos.
Quanto a escrever ao Sec retário-Geral é pura perca de tempo, porque nem sequer passa do Marcos Prestelo se é que chega a esse.
vergonha é não reconhecer a vergonha.
Existe um "grupelho", uns do PS e outros ligados a diversos quadrantes que entendem fazer do PS uma casa de "intelectuais. Mas não o sendo. Se o fossem, já tinham apresentado um programa concret´zável para Coimbra, face ao marasmo da gestão do PSD.
Preferem a maledicência do blog, o insulto fácil, tentar ganhar espaço na comunicação social, mas demitem-se do debate aberto e franco, quer nos órgãos próprios quer nos Plenários abertos a todos os militantes e até independentes.
Ontem como hoje no PS não há lugar para a intriga, para a mediocridade e para a ociosidade.
Pensem, trabalhem, esforcem-se, e os que são militantes estão no mesmo pé de igualdade de todos os outros.
Não podem querer que 9% valem, nessas eleições, 53% e ainda por cima com 4 listas.
Meus caros amigos é a regra da democracia, através do voto secreto.
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